Já no seu terceiro ano de atuação, o Projeto Aluno Presente, que busca crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos que estão fora da escola ou em risco de evasão no município do Rio de Janeiro, está a todo momento monitorando e revisando suas estratégias de atuação para conseguir êxito. Em um desses esforços, reuniu cerca de 700 casos que, até agosto de 2016, precisavam de solução e montou uma força-tarefa junto às Coordenadorias Regionais de Educação do Rio de Janeiro para resolvê-los.
“Fizemos um levantamento para identificar esses casos e os encaminhamentos necessários para a resolução dos mesmos. A partir daí, levamos essa lista para as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) que vão nos ajudar a encontrar as soluções, pois dependem de encaminhamentos específicos”, disse Raquel de Sousa, gestora de acompanhamento do Projeto Aluno Presente.
Com um trabalho de articulação intersetorial nos territórios, do qual as CREs são parceiras no acesso à rede municipal de ensino desde o começo do projeto, 16.239 casos já foram resolvidos, até junho de 2016. Eram famílias que não haviam conseguido colocar as crianças e adolescentes na escola por algum motivo ou até mesmo que não davam a devida importância à educação, mas com a intervenção do projeto, conseguiram informação e acesso a soluções.
Foram feitos encontros em dez das 11 CREs do município (exceto a 10ª, que atua na Zona Oeste, por falta de agenda comum). Neles, os gestores de território levaram um total de 659 casos que precisam de atenção especial para que a crianças e adolescentes consigam estudar. Entre os principais empecilhos que afastam a criança da escola nesses casos levantados estão a violência nos territórios, dificuldades de locomoção e financeiras, problemas de saúde e disponibilidade de vagas para todos os filhos juntos em uma mesma escola.
A gestora de campo do Projeto Aluno Presente, Gisele Martins, que coordena esse processo, ressalta que esta iniciativa é uma intensificação de um processo que já vem sendo realizado desde o início do projeto. Gisele acrescenta ainda que muitas famílias tiveram sucesso junto às CRES. Ela citou o caso de uma família que a mãe trabalhava à noite e não tinha tempo para levar as filhas para a escola de manhã. Como não tinha parentes por perto, as crianças ficavam com uma vizinha enquanto a mãe trabalhava, mas pela falta de frequência às aulas, as alunas foram desligadas da escola. Com a compreensão do caso levado pela articuladora local Cristiane Monteiro, da equipe Zona Oeste II, à 8ª CRE, em Bangu, a família conseguiu vagas em uma escola mais perto de casa.
“Aqueles casos que ainda não tiveram solução serão acompanhados pelas equipes do Projeto Aluno Presente, que farão os devidos registros, colaborando dessa forma para o monitoramento no que se refere à matrícula”, disse a gestora.