Há cinco anos, o Censo apontou que, só no município do Rio de Janeiro, eram cerca de 24 mil. Até junho de 2015, foram identificadas 6.465 delas, das quais 5.238 foram inseridas no sistema de ensino – algumas pela primeira vez, outras retornando depois de um processo de evasão escolar. Cumprindo todas as metas até agora, o Aluno Presente se vale de estratégias de mobilização e articulação da sociedade e do governo, com foco em familiares, educadores, equipes escolares, órgãos públicos e instituições locais.
Uma das articulações mais estratégicas se dá entre as diferentes áreas da gestão municipal. Por um esforço do projeto, foi formado um Grupo de Trabalho (GT) Intersetorial, composto pelas secretarias municipais de Educação, do Desenvolvimento Social, Secretaria da Casa Civil e de Saúde, cuja pauta principal é a questão da criança fora da escola.
Julia Ventura, Coordenadora Executiva do Aluno Presente, destaca que uma das maiores contribuições que o GT já realizou foi a mudança de olhar sobre essa questão. “É necessário deixar pra trás uma cultura de culpabilização recíproca para dar lugar a uma cultura de responsabilização compartilhada”.
Cidade Educadora
Essas premissas da intersetorialidade e da corresponsabilização pela educação são comuns aos da educação integral, base de atuação do Aprendiz. Para a organização, educação integral é aquela que atende a todas as dimensões do desenvolvimento humano – nas esferas cognitiva, motora, simbólica, emocional e social – e se dá como processo ao longo de toda a vida. Mas esse processo de aprendizagem, por preceito, não se dá apenas dentro dos muros da escola. E para que ele se efetive, o terreno mais fértil é o de uma cidade educadora – cidade com uma política urbana pensada numa perspectiva educativa.
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E é com esse olhar de envolvimento mútuo da sociedade civil e do estado que os articuladores do Aluno Presente seguem em suas buscas por crianças e adolescentes fora da escola. A meta final é tão ambiciosa quanto relevante: até o fim de 2016, o projeto deve garantir 21 mil crianças e adolescentes matriculados na cidade do Rio de Janeiro. Os “caçadores de alunos” ainda vão trazer outras milhares de boas notícias.
* Famílias já entraram em contato com o projeto para matricular crianças que estavam fora da escola depois de terem visto a reportagem.