Cerca de cem convidados, entre eles articuladores locais e profissionais das áreas da Educação, Saúde e Desenvolvimento Social do município do Rio de Janeiro ocuparam no dia 6 de outubro, o auditório do Museu de Arte do Rio (MAR) para conversar sobre as metodologias e avaliar os resultados alcançados pelo projeto Aluno Presente nos dois primeiros anos de atuação. O projeto, que tem como missão colaborar com o acesso e a permanência de crianças e adolescentes de seis a 14 anos na sala de aula, inseriu 8.000 alunos em escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro.
Natacha Costa, diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz – organização não-governamental que realiza o Aluno Presente em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e a Fundação Education Above All, do Qatar – disse que “o projeto tem conseguido avançar muito e gerar resultados importantes, não só no Rio de Janeiro, mas como no cenário brasileiro”.
Para o sociólogo Jorge Werthein, representante da Fundação Education Above All no Brasil, a metodologia de trabalho e o desenvolvimento de várias estratégias locais, como as articulações com associações de moradores e órgãos da saúde e do desenvolvimento social, tem sido essenciais para alcançar esse bom resultado. “Eu fiquei extremamente satisfeito em ver como o nosso projeto está sendo desenvolvido aqui no Brasil e acho que a nossa escolha foi bem feita. Vocês estão fazendo o possível para que essas crianças tenham um presente e um futuro melhor”, afirmou Jorge Werthein.
Uma mesa de debates com a participação do professor do Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio, Marcelo Burgos, da pesquisadora e professora da PUC-SP, Dirce Koga, de Daniel Ximenes do Ministério da Educação e Adriana Coser, analista de gestão em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz, trouxe diversas contribuições para o aprimoramento das tecnologias sociais utilizadas no Aluno Presente. Os debatedores conversaram com a plateia e citaram a necessidade de envolver as diversas áreas do poder público e da sociedade civil para garantir a permanência dos alunos na escola e a continuidade de um trabalho em conjunto das áreas da Saúde, Desenvolvimento Social e da Educação para dar continuidade aos bons resultados alcançados.
Ana Lúcia Barros, coordenadora do projeto na SME disse que “o Aluno Presente mobilizou toda a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Fez com que cada um repensasse qual é o papel da educação na cidade, porque é inadmissível pensar que uma criança não tem acesso à escola, imagine 24 mil”.
As avaliações do Seminário Técnico, assim como as metodologias aplicadas em todas as etapas do trabalho serão sistematizadas, para que possam ser replicadas em outras realidades de diferentes regiões brasileiras ou de outros países, já que o Aluno Presente faz parte de um programa global (Educate a Child) voltado para a redução do número de crianças no mundo sem acesso à educação. A meta do Aluno Presente é identificar e localizar 21 mil crianças que nunca estudaram ou com histórico de evasão escolar até dezembro de 2016.